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Os óculos
de Armando Moreno

Era uma vez um velho, muito velho, com mais de quatrocentos anos que, por ter atingido esta idade, se convenceu de que conhecia toda a sabedoria da Vida. Decidiu, por isso, fabricar uns óculos que permitissem aos jovens ver o Mundo a seu modo: justo, pacífico, belo, com a quantidade de aventura e poesia, necessária e suficiente.

Durante quarenta anos trabalhou no aperfeiçoamento das lentes, polindo- -as à luz da lua cheia, usando cristal de quartzo transparente, obtido junto ao mar. Cada vez que se propunha lapidá-lo, procurava o arco-íris ou o pôr do sol e incidia os raios de luz sobre a superfície das lentes. Executou todo este trabalho sob o som das ondas do mar, o murmúrio do vento e, quando podia, esperava o nascer do sol para que o chilrear das aves o ajudasse a obter as mágicas superfícies como ele as desejava. Assim que obteve as lentes, iniciou o trabalho de fabricar os aros. Embora entendesse que eram menos importantes, procurou nas praias recônditas dos trópicos restos de carapaças de tartarugas e, com a ajuda do gelo de uma ilha obtido sob a luminosidade da aurora boreal, foi moldando as curvas, apetrechando os aros, orientando os suportes dos óculos.

Ao cabo de cinquenta anos de trabalho obteve, finalmente, a maravilha que desejava. Experimentou os óculos que lhe davam a visão perfeita do que pretendia: um mundo justo, pacífico, belo, com a quantidade de aventura e poesia necessária e suficiente...

continua








2o monte2



falta - me tempo alguém tem?

à procura do invisivel
um abraço a todos


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